Protesto histórico: atletas do Real Ariquemes podem pedir indenização alta
“Presas” em Porto Velho, capital de Rondônia, as jogadoras do Real Ariquemes devem mover uma ação na Justiça contra o clube por danos morais nos próximos dias. Segundo o advogado que orienta algumas das atletas, os valores de indenização pedidos serão altos para que, de fato, elas recebam uma reparação por todos os transtornos. - Até a semana que vem devemos entrar com o processo, pelo menos por danos morais. O clube fez a promessa de pagamento integral dos salários atrasados até esse fim de semana, mas a situação é bem maior do que isso. Elas estão sofrendo transtornos, inclusive psicológicos. Em processos por danos morais, podemos pedir até cem vezes o valor dos atrasos. Isso não significa que elas vão receber tudo o que pedirmos, mas precisamos reparar isso de alguma forma - disse o advogado Higor Maffei Bellini ao Superesportes.Até a última quinta-feira (15), o presidente do Real Ariquemes, Chico Pinheiro, concluiu o pagamento de metade dos dois salários que estavam pendentes. No entanto, os pagamentos só foram feitos após a repercussão da greve das jogadoras na imprensa. No início desta semana, o time não entrou em campo contra o Santos, pela última rodada do Brasileirão Feminino, e fez um protesto à beira do gramado. Até o protesto do elenco, apenas quatro atletas haviam recebido os depósitos. A equipe, que perdeu por WO, foi orientada pelo próprio advogado na greve.- Na quarta-feira à noite começaram a cair mais pagamentos. Ele começou a pagar um salário para algumas meninas na segunda, mas só terminou na quinta. A nossa ideia é ficar aqui até que o segundo pagamento seja concluído. Ele tem total noção do quanto está encrencado, e nós não vamos deixar para lá. É a nossa vida, a nossa profissão - revelou Gabrielle Lira, jogadora do Real Ariquemes, à reportagem. Protesto é um marco na história do futebol femininoNa visão de Gabrielle, o posicionamento das atletas do Real Ariquemes é um marco na história do futebol feminino. Em ano de Copa do Mundo Feminina, que deve ser a maior da história, ainda há pouca informação sobre a realidade enfrentada pelas jogadoras. - A gente sabe que a grande parte dos clubes não cumprem as funções, os combinados. Nosso protesto foi para lutar pela modalidade de forma geral. Muitas ficaram com medo do que isso pode fazer com a carreira delas. Passou pela cabeça… quem vai querer contratar depois disso? Mesmo assim a gente se posicionou e lutou por respeito. Isso é muito importante - disse a jogadora. Além disso, o representante legal das atletas acredita que esse tipo de episódio pode desencadear uma revolução na modalidade. Quanto mais se falar sobre os problemas, mais soluções podem ser encontradas, segundo o advogado. - A atitude dessas meninas vai revolucionar o futebol feminino. Em ano de Copa do Mundo, mostra que o futebol feminino no Brasil não é seleção brasileira. Elas falaram ‘basta’. Elas querem ser tratadas como profissionais. Não se pode tirar uma menina da sua casa com a promessa de pagamento de salário e depois não pagar, achando que fica por isso mesmo. Isso não existe mais.

“Presas” em Porto Velho, capital de Rondônia, as jogadoras do Real Ariquemes devem mover uma ação na Justiça contra o clube por danos morais nos próximos dias. Segundo o advogado que orienta algumas das atletas, os valores de indenização pedidos serão altos para que, de fato, elas recebam uma reparação por todos os transtornos.
- Até a semana que vem devemos entrar com o processo, pelo menos por danos morais. O clube fez a promessa de pagamento integral dos salários atrasados até esse fim de semana, mas a situação é bem maior do que isso. Elas estão sofrendo transtornos, inclusive psicológicos. Em processos por danos morais, podemos pedir até cem vezes o valor dos atrasos. Isso não significa que elas vão receber tudo o que pedirmos, mas precisamos reparar isso de alguma forma - disse o advogado Higor Maffei Bellini ao Superesportes.
Até a última quinta-feira (15), o presidente do Real Ariquemes, Chico Pinheiro, concluiu o pagamento de metade dos dois salários que estavam pendentes. No entanto, os pagamentos só foram feitos após a repercussão da greve das jogadoras na imprensa.
No início desta semana, o time não entrou em campo contra o Santos, pela última rodada do Brasileirão Feminino, e fez um protesto à beira do gramado. Até o protesto do elenco, apenas quatro atletas haviam recebido os depósitos. A equipe, que perdeu por WO, foi orientada pelo próprio advogado na greve.
- Na quarta-feira à noite começaram a cair mais pagamentos. Ele começou a pagar um salário para algumas meninas na segunda, mas só terminou na quinta. A nossa ideia é ficar aqui até que o segundo pagamento seja concluído. Ele tem total noção do quanto está encrencado, e nós não vamos deixar para lá. É a nossa vida, a nossa profissão - revelou Gabrielle Lira, jogadora do Real Ariquemes, à reportagem.
Protesto é um marco na história do futebol feminino
Na visão de Gabrielle, o posicionamento das atletas do Real Ariquemes é um marco na história do futebol feminino. Em ano de Copa do Mundo Feminina, que deve ser a maior da história, ainda há pouca informação sobre a realidade enfrentada pelas jogadoras.
- A gente sabe que a grande parte dos clubes não cumprem as funções, os combinados. Nosso protesto foi para lutar pela modalidade de forma geral. Muitas ficaram com medo do que isso pode fazer com a carreira delas. Passou pela cabeça… quem vai querer contratar depois disso? Mesmo assim a gente se posicionou e lutou por respeito. Isso é muito importante - disse a jogadora.
Além disso, o representante legal das atletas acredita que esse tipo de episódio pode desencadear uma revolução na modalidade. Quanto mais se falar sobre os problemas, mais soluções podem ser encontradas, segundo o advogado.
- A atitude dessas meninas vai revolucionar o futebol feminino. Em ano de Copa do Mundo, mostra que o futebol feminino no Brasil não é seleção brasileira. Elas falaram ‘basta’. Elas querem ser tratadas como profissionais. Não se pode tirar uma menina da sua casa com a promessa de pagamento de salário e depois não pagar, achando que fica por isso mesmo. Isso não existe mais.